Quando a exchange de criptomoedas FTX entrou em colapso no início do mês por um rombo de bilhões nas suas reservas que a levou a travar saques, o token nativo FTT foi o primeiro a receber o baque da crise, caindo 70% num intervalo de 24 horas — mas não foi o único.
Outro gráfico que afundou no vermelho foi o da criptomoeda Solana (SOL) , vista até pouco tempo atrás como uma das mais promissoras do mercado cripto, talvez a “ Ethereum Killer ” de mais força entre as redes alternativas de contratos inteligentes .
Na semana em que a FTX parou de pagar os clientes, SOL chegou a cair mais de 40% em um único dia e atualmente enfrenta uma queda mensal de 55%. No início da semana, a criptomoeda chegou a bater US$ 11, a cotação mais baixa desde fevereiro de 2021.
Neste ritmo, Solana caiu para a 14ª posição no ranking das criptomoedas do CoinMarketCap, enquanto sua cotação atual fica 94% abaixo do recorde de US$ 206, batido em novembro do ano passado.
Por que a Solana está derretendo?
Os pontos positivos que deram um espaço a Solana no ranking das cinco maiores criptomoedas do mundo em valor de mercado, ficaram em segundo plano quando a FTX colapsou. Isso porque a corretora de Sam Bankman-Fried , bem como seu fundo Alameda Research, tinham uma íntima relação com o ecossistema da criptomoeda.
“Não surpreende a queda de Solana, a FTX foi essencial para que o projeto atingisse o porte que chegou”, explica ao Portal do Bitcoin o co-head de cripto do TC, Jorge Souto.
“Além disso, a FTX/Alameda detinha 9% de toda oferta de SOL. Com o pedido de recuperação judicial, o mercado está com medo dessa posição ser vendida para cobrir as perdas. Diversos projetos da Solana também tinham a Alameda como formador de mercado, para isso emprestaram tokens de seus respectivos projetos para eles e certamente esses tokens não serão devolvidos”, diz o especialista para explicar a recente queda da Solana.
Através da Alameda Research, SBF investiu pesado na Solana, levando sua crença no projeto a um nível pessoal. Certa vez o bilionário prometeu comprar todo o estoque de SOL de um investidor quando ela ainda tinha um preço de apenas US$ 3 por token. “Venda-me o quanto quiser. Daí, você pode se fo***”, twittou SBF em janeiro de 2021.
A Alameda também investiu em vários projetos cripto relacionados à Solana e foi fundamental no desenvolvimento da Serum, a principal Dex e provedora de liquidez de SOL no meio DeFi . A Serum, aliás, foi tirada do ar após o colapso da FTX pelo temor que as chaves privadas do projeto, que também estavam alojadas na FTX, tivessem sido comprometidas.
E os efeitos desses últimos desdobramentos já são sentidos nos números. O valor total bloqueado (TVL) da rede Solana — que estima quanto dinheiro há na rede — caiu mais de 70% em novembro, indo de US$ 1 bilhão no dia 6 de novembro para os atuais US$ 285 milhões, segundo dados do DefiLlama .
Outro impacto direto na Solana desde a ruína da FTX, é o fato que a organização sem fins lucrativos que ajuda a expandir a blockchain, Solana Foundation, tinha US$ 1 milhão em ativos presos na FTX.
Um segundo golpe que atingiu a rede Solana semana passada veio das corretoras. Binance , OKX, BitMEX e Bybit suspenderam depósitos das stablecoins Tether (USDT) e USD coin (USDC) baseadas na rede Solana, sem detalhar os motivos. Enquanto a Binance disse que a suspensão era temporária, a OKX confirmou que os tokens nessa rede não seriam mais negociados na plataforma.
Dias depois, Tether , a emissora da stablecoin mais utilizada no mundo, anunciou que iria migrar US$ 1 bilhão em USDT da blockchain da Solana para a concorrente Ethereum , num processo conhecido como troca de cadeia — mover criptomoedas de uma blockchain para outra.
Da mesma forma como as corretoras, a Tether não deu mais detalhes sobre os motivos que a levaram a fazer essa migração. De todo modo, demonstra uma perda de confiança generalizada no ecossistema da Solana.
Para onde vai a criptomoeda agora?
A perda de confiança no ecossistema da Solana pelas empresas, no entanto, não significa também desinteresse dos usuários na visão de Lucca Benedetti, analista de research do Mercado Bitcoin .
“Se olhar para a métrica de uso, como número de transações, não ocorreram quedas. Pelo contrário, há crescimento, por exemplo, do uso de protocolos de NFT na Solana. Essa queda não tem a ver com desinteresse mas sim um movimento normal de bear market, associado também a concentração muito grande de tokens nas mãos de players de VC que acabaram se desfazendo de parte dos tokens”, diz o especialista.
Dessa forma, a recuperação da Solana vai depender em partes do que se espera de uma altcoin durante o bear market, que tende a se mover na direção do mercado cripto como um todo, muito influenciado pelo preço do Bitcoin, por exemplo.
Porém, Benedetti vê outras oportunidades para a Solana sair do vermelho: “A primeira é que alguém assuma a posição que a FTX tinha com o ecossistema da Solana e possa adquirir os tokens que estão no nome da Alameda para passar a fazer o papel de formador de mercado e desenvolver alguns protocolos específicos — o que eu acho bem possível.”
Esse ressalta que a Solana ainda tem chance de crescer porque há muitas pessoas querendo entrar no espaço cripto. “A tecnologia da Solana é muito boa, existem desenvolvedores interessados e uma comunidade engajada com o projeto”, explica.
No entanto, se não se tornar realidade esse cenário positivo onde as qualidades da Solana são reconhecidas e mais dinheiro é injetado no projeto, mais desvalorização pode atingir a criptomoeda.
“Em suma, esse bear market vai ser o teste de fogo da Solana. Se sobreviver a esse momento de crise bem, sem um problema maior, acho que podemos esperar coisas positivas da Solana no futuro. Do contrário, veremos a Solana se tornando um cemitério de projetos”, finaliza o analista.
Jorge Souto, do TC, também está confiante na sobrevivência da Solana no longo prazo.“Acredito que veremos o preço chegar a um dígito e uma queda de volatilidade bastante relevante. O token vai parecer que está meio morto. Porém acredito que devido à comunidade de devs, usuários e seu design, o projeto vai sobreviver”, conclui.
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O post Qual é o futuro da Solana? A “queridinha” do mercado que afundou com a FTX apareceu primeiro em Portal do Bitcoin .
Outro gráfico que afundou no vermelho foi o da criptomoeda Solana (SOL) , vista até pouco tempo atrás como uma das mais promissoras do mercado cripto, talvez a “ Ethereum Killer ” de mais força entre as redes alternativas de contratos inteligentes .
Na semana em que a FTX parou de pagar os clientes, SOL chegou a cair mais de 40% em um único dia e atualmente enfrenta uma queda mensal de 55%. No início da semana, a criptomoeda chegou a bater US$ 11, a cotação mais baixa desde fevereiro de 2021.
Neste ritmo, Solana caiu para a 14ª posição no ranking das criptomoedas do CoinMarketCap, enquanto sua cotação atual fica 94% abaixo do recorde de US$ 206, batido em novembro do ano passado.
Por que a Solana está derretendo?
Os pontos positivos que deram um espaço a Solana no ranking das cinco maiores criptomoedas do mundo em valor de mercado, ficaram em segundo plano quando a FTX colapsou. Isso porque a corretora de Sam Bankman-Fried , bem como seu fundo Alameda Research, tinham uma íntima relação com o ecossistema da criptomoeda.
“Não surpreende a queda de Solana, a FTX foi essencial para que o projeto atingisse o porte que chegou”, explica ao Portal do Bitcoin o co-head de cripto do TC, Jorge Souto.
“Além disso, a FTX/Alameda detinha 9% de toda oferta de SOL. Com o pedido de recuperação judicial, o mercado está com medo dessa posição ser vendida para cobrir as perdas. Diversos projetos da Solana também tinham a Alameda como formador de mercado, para isso emprestaram tokens de seus respectivos projetos para eles e certamente esses tokens não serão devolvidos”, diz o especialista para explicar a recente queda da Solana.
Através da Alameda Research, SBF investiu pesado na Solana, levando sua crença no projeto a um nível pessoal. Certa vez o bilionário prometeu comprar todo o estoque de SOL de um investidor quando ela ainda tinha um preço de apenas US$ 3 por token. “Venda-me o quanto quiser. Daí, você pode se fo***”, twittou SBF em janeiro de 2021.
A Alameda também investiu em vários projetos cripto relacionados à Solana e foi fundamental no desenvolvimento da Serum, a principal Dex e provedora de liquidez de SOL no meio DeFi . A Serum, aliás, foi tirada do ar após o colapso da FTX pelo temor que as chaves privadas do projeto, que também estavam alojadas na FTX, tivessem sido comprometidas.
E os efeitos desses últimos desdobramentos já são sentidos nos números. O valor total bloqueado (TVL) da rede Solana — que estima quanto dinheiro há na rede — caiu mais de 70% em novembro, indo de US$ 1 bilhão no dia 6 de novembro para os atuais US$ 285 milhões, segundo dados do DefiLlama .
Outro impacto direto na Solana desde a ruína da FTX, é o fato que a organização sem fins lucrativos que ajuda a expandir a blockchain, Solana Foundation, tinha US$ 1 milhão em ativos presos na FTX.
Um segundo golpe que atingiu a rede Solana semana passada veio das corretoras. Binance , OKX, BitMEX e Bybit suspenderam depósitos das stablecoins Tether (USDT) e USD coin (USDC) baseadas na rede Solana, sem detalhar os motivos. Enquanto a Binance disse que a suspensão era temporária, a OKX confirmou que os tokens nessa rede não seriam mais negociados na plataforma.
Dias depois, Tether , a emissora da stablecoin mais utilizada no mundo, anunciou que iria migrar US$ 1 bilhão em USDT da blockchain da Solana para a concorrente Ethereum , num processo conhecido como troca de cadeia — mover criptomoedas de uma blockchain para outra.
Da mesma forma como as corretoras, a Tether não deu mais detalhes sobre os motivos que a levaram a fazer essa migração. De todo modo, demonstra uma perda de confiança generalizada no ecossistema da Solana.
Para onde vai a criptomoeda agora?
A perda de confiança no ecossistema da Solana pelas empresas, no entanto, não significa também desinteresse dos usuários na visão de Lucca Benedetti, analista de research do Mercado Bitcoin .
“Se olhar para a métrica de uso, como número de transações, não ocorreram quedas. Pelo contrário, há crescimento, por exemplo, do uso de protocolos de NFT na Solana. Essa queda não tem a ver com desinteresse mas sim um movimento normal de bear market, associado também a concentração muito grande de tokens nas mãos de players de VC que acabaram se desfazendo de parte dos tokens”, diz o especialista.
Dessa forma, a recuperação da Solana vai depender em partes do que se espera de uma altcoin durante o bear market, que tende a se mover na direção do mercado cripto como um todo, muito influenciado pelo preço do Bitcoin, por exemplo.
Porém, Benedetti vê outras oportunidades para a Solana sair do vermelho: “A primeira é que alguém assuma a posição que a FTX tinha com o ecossistema da Solana e possa adquirir os tokens que estão no nome da Alameda para passar a fazer o papel de formador de mercado e desenvolver alguns protocolos específicos — o que eu acho bem possível.”
Esse ressalta que a Solana ainda tem chance de crescer porque há muitas pessoas querendo entrar no espaço cripto. “A tecnologia da Solana é muito boa, existem desenvolvedores interessados e uma comunidade engajada com o projeto”, explica.
No entanto, se não se tornar realidade esse cenário positivo onde as qualidades da Solana são reconhecidas e mais dinheiro é injetado no projeto, mais desvalorização pode atingir a criptomoeda.
“Em suma, esse bear market vai ser o teste de fogo da Solana. Se sobreviver a esse momento de crise bem, sem um problema maior, acho que podemos esperar coisas positivas da Solana no futuro. Do contrário, veremos a Solana se tornando um cemitério de projetos”, finaliza o analista.
Jorge Souto, do TC, também está confiante na sobrevivência da Solana no longo prazo.“Acredito que veremos o preço chegar a um dígito e uma queda de volatilidade bastante relevante. O token vai parecer que está meio morto. Porém acredito que devido à comunidade de devs, usuários e seu design, o projeto vai sobreviver”, conclui.
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